Carta para minha Dona

Por João Batista Azevedo

Hoje tive coragem para escrever algo sobre você minha mãe, e mais do que isso, escrever para você. E o faço com o coração apertado, os olhos marejantes e inundados num pranto que derrama pra dentro de mim. Mas também estou alegre, pois vi na tua partida, minha mãe, como era uma esposa honrada e justa para com o seu José, meu pai. Aquele 30 de agosto de 2014 nunca mais será esquecido por nenhum de nós teus filhos, familiares, amigos e demais pessoas que os conheceram. Afinal estava ali a partida de vocês. A prova do amor que ultrapassou a própria vida terrena e continuou nas dimensões celestiais. Pois estava escrito nas estrelas…

Vê-la ali naquele leito de UTI, entregue aos cuidados dos médicos, cortava-nos o coração. E já se passavam alguns dias e a sua reação era lenta. Como se a senhora quisesse esperar o desfecho da também cruciante situação de nosso pai, o nosso José, seu esposo. Logo a senhora, sempre atenta à presença de todos que estivessem em sua volta, estava ali aqueles dias num coma calmo, como se dormisse um sono merecido após um dia de muita lida, como nos velhos tempos na nossa velha casa do interior.

Naqueles dias de sucessivas dores, estavas ali separada de nosso pai, por força das circunstâncias, e ele, também naquela UTI, por certo reclamava a dor desta separação momentânea. Escondemos o quanto foi possível a dor de cada um. Mas por certo, o espírito que os unia, com certeza os mantiveram informados de tudo, sem que nós, meros mortais, soubéssemos dos desígnios de Deus.

E assim se fez o mistério da vida e da fé. E o que pra nós fora dor e imensa saudade, para a vida e para os céus fora a prova de que o amor existe e ele é sublime. Nosso pai, chamado às 0ito horas da manhã, certamente não quisera partir sozinho. Teria sido assim? Ou fora avisada pelos anjos e assim também quiseste acompanhar o seu José? O que por certo aconteceu nunca saberemos, mas foi a inconteste prova de uma amor que sobreviverá além desta vida, após à morte.

A dor foi muito grande, imensurável. Não me via perdendo nenhum de vocês, nem a meu pai, nem a senhora. Mas perder os dois assim no mesmo dia, era inacreditável. Mas fora assim a escolha de Deus…

Hoje minha mãe, te escrevo estas palavras para te homenagear neste dia. Para te confortar e te dizer que por aqui, as coisas vão indo como Deus quer. A dor de perdê-los nunca passou e não passará, mas nos refizemos na fé em Deus e na certeza de que tudo fora feito como assim estava determinado, com uma pitada de magia e encanto. Nós, os teus filhos, mantivemos o compromisso de estarmos unidos na fé, e na esperança. E estamos levando a vida, sempre pautados nos ensinamentos que vocês nos deram: o respeito, a honradez, a gratidão e a humildade.

Sabe mãe, tenho muitas outras pra te contar, mas falaremos em oração. Sei também, que como sempre foste bondosa, cuidadosa, estás a cuidar do nosso pai. Não se preocupem em demasia, mas cuidem daí dos nossos destinos aqui na terra. E que a senhora e o nosso pai tenham a luz eterna.

Um grande beijo, minha mãe.

Do seu amado filho,

João.

AS SANTAS SEMANAS SANTAS

Por João Batista Azevedo

Naqueles bons tempos em São João Batista a Semana Santa era um misto de muita alegria, tradição e movimento na sede do município, principalmente por conta da venda do caranguejo que se dava entre a segunda-feira e a quinta-feira. Era um tempo de reflexão e respeito. As tradições religiosas eram mantidas. A procissão do Domingo de Ramos levava a todos os meninos do catecismo para a saudação da Páscoa que estava por vir. E eu estava lá.

Os mais velhos costumavam dizer que Jesus naqueles dias estava com dor de cabeça. Nenhum barulho abusivo era permitido ou aceitável. Uma tradição era muito cultivada também naqueles dias – os afilhados buscavam seus padrinhos para serem abençoados. Eu, quando já bem taludinho também seguia esta regra. Selava o cavalo que tínhamos em nossa casa e ia até a casa de meu padrinho João Gomes que morava na localidade denominada de São Bernardo, já no município vizinho de São Vicente Férrer. Ele era um próspero dono de engenho que produzia além do mel de cana uma cachaça de fama na redondeza. A visita era pouca, no dia seguinte já estava eu de volta pra casa.

Os preceitos e ensinamentos dos mais velhos era seguido à risca. Diziam enfim que em tempos mais remotos nem rádio se ligava naqueles dias. As traquinagens e peraltices eram temporiamente perdoadas até que se passasse o período de respeito aos dias que antecediam à morte de Jesus. O acerto de contas vinha depois com certeza. Era proibido transgredir, pecar.

A tradição de abster-se da carne era levada muito a sério. A venda de carnes vermelhas nos açougues do mercado dava vez para a venda do peixe seco, do camarão seco, o peixe salpreso que na maioria das vezes vinha de outros municípios da região como Viana e Penalva. Seu Vicente Soares era quem buscava e revendia as disputadas curimatás salgadas que vinham das bandas de Jacaré de Penalva e de Cajari. Até as outras carnes também não eram tentadas, tudo como cumprimento da velha tradição.

Os comerciantes bem antes dos dias considerados santos – uma vez que religiosamente toda a semana era considerada e guardada – abasteciam seus comércios de tudo que pudesse ser vendido de mantimentos, pois nas noites das terças-feiras e madrugadas das quartas, até por volta das duas da tarde o comércio experimentava seu maior movimento, tudo por conta da grande aglomeração de pessoas que vinham dos mais diversos povoados de São João Batista ou até mesmo de São Vicente Férrer, Matinha e São Bento.

O caranguejo era o nosso ouro. Naquelas cercanias nenhum município tinha uma produção tão pujante quanto o nosso. Barcos e mais barcos adentravam dias a fio nos igarapés dos mangues com exímios catadores do crustáceo decápode. Esse fato se explica por ser São João, ladeado por extensas áreas de manguezais e fronteiriço da Ilha dos Caranguejos, um berçário e habitat natural para procriação das muitas espécies. Destas, as mais comuns e mais encontradas no estuário do rio mearim e golfão maranhense são o “caranguejo uçá” (ou caranguejo auçá) e o guaiamum.

O palco maior desta movimentação era no porto da Beira de João Baixinho. Na noite da terça-feira santa a partir das 7 da noite um grande mercado aberto se formava ali. Barracas eram armadas, bancas de jogo-caipira também era quase certo que por lá se achavam. As canoas que traziam os muitos cofos de caranguejos chegam ao longo da noite e ali mesmo eram negociados. Muitos que mesmo sem o propósito de fazer nenhum negócio também iam para o Porto da Beira…

As maiores vendas ao longo da noite e madrugada eram feitas para aqueles que vinham nas cavalarias ou burragens dos mais longínquos povoados. Após a compra do caranguejo era a vez de comprar o café, o açúcar, sabão, o querosene, isto porque naquela época não se tinha a luz elétrica nos povoados. Tudo de mantimento era vendido. Nenhum período do ano, os comerciantes de São João Batista experimentavam tanto movimento em suas compras e vendas.

Esse movimento era ao longo de toda a noite. Os de mais distantes que traziam seus animais carregados de paneiros de farinha, após a venda, e dar de beber aos animais, geralmente buscavam uma área de capoeira baixa para que estes descansassem da longa viagem e pastarem um pouco. Era nesta hora que a molecada fazia a festa. Uns sabidos aproveitavam para suavizarem-se, ainda que por aquele ato estavam a pecar. Outros, mais endiabrados, como se estivessem sob a égide do capeta, soltavam os animais para que seus donos ficassem a procurar na hora de voltarem para casa. Uma das áreas mais procuradas era a Baixinha de Biné e suas imediações.

Este misto de devoção e algazarra ia até a quinta-feira santa. Na sexta-feira, quase sempre, o dia amanhecia chuvoso. Uma chuva fina teimava no horizonte matinal. As casas pareciam que custavam a acordar para o pesadelo crucial. As quitandas que antes viveram o intenso movimento de início da semana, agora estavam de portas fechadas. Poucos se aventuravam a caminhar nas primeiras horas. Quando muito em algumas localidades se prometia lá por volta das dez horas uma talha de piões. Os adeptos preparavam bem antes roliços e pesados cocos da palmeira babaçu e se punham a lapidar aquilo que seriam as estrelas dos terreiros. A talha de piões era algo que reunia muita gente. Já outros davam-se a empalhar os judas que seriam malhados nos dias que se seguiam.

Mas nada reunia mais gente do que os banhos nos campos e açudes. Era como se aquilo fosse uma limpeza corporal. Como se ali se quisesse limpar o corpo de tamanha culpa. O açude que ficava pras bandas da casa de Dona Celina Facure era um dos mais procurados até ser feita a grande barreira que levava ao Porto da Raposa. Recém construída pelo então Prefeito Luiz Figueiredo o aterro da Raposa deixou um lastro de um grande açude que desembocava na comporta. Ali era o local da concentração do banho, haja vista a ponte de madeiras permitir saltos mirabolantes e mergulhos longos e demorados, dadas a profundidade e correnteza.

As semanas santas daqueles memoráveis tempos eram sobretudo celebração de respeito e boa convivência. Mas vieram os novos tempos e quase mais nada disto acontece hoje…

E a Semana Santa é agora só mais um feriado prolongado!

 

VIANA E A SEMANA SANTA DO MEU TEMPO

Por Luiz Antônio Morais*

Prestes a completar 268 anos de história, a Cidade dos Lagos, na Baixada Maranhense, ainda conserva um bucólico cenário colonial, de ruas de pedras, alguns casarões coloniais conservados, outros abandonados e outros prestes a desabar.

Completando o belo cenário natural, a nossa terra emerge como uma ilhota, cercada pelo Rosário de Lagos Maracu, rodeada de água por todos os lados, o que neste período permite passeios náuticos, mas também revela a fragilidade do nosso ecossistema, e também as dificuldades de locomoção pelas barrentas estradas vicinais, além da esburacada MA-014.

A Semana Santa presente contrasta com aquela que vivi na infância, quando os irmãos não brigavam, os pais não castigavam os filhos, falava-se baixo, não tomávamos banho no lago e, seguíamos o rigor das famílias católicas, predominantes do município.

Minha mãe, Hermínia, católica praticante, estabelecia as regras da Semana Santa, de acordo com os costumes e as tradições que aprendera, desde quando ainda era uma jovem quebradeira de coco no Povoado Prequeú.

Era ela que fazia cumprir entre a família os rituais de orações da semana. Porém o almoço da sexta-feira era organizado com uma gostosa torta de jabiraca (traíra seca desfiada), oriunda do lago e comprada com antecedência, numa época de fartura do pescado em Viana.

Ainda pela manhã, lá ia eu, pensativo e convicto dos meus ensinamentos religiosos e familiares; atravessava a Praça da Matriz, passando em frente à imponente Igreja, rumo à acolhedora residência dos meus padrinhos, Padre Eider Furtado e a lendária professora Edith Nair, onde era recebido com resignação, respeito e o tratamento que o momento permitia.

Quase que em um momento paralelo, assistíamos a primeira procissão do dia: homens fortes eram convocados a transportar, nos ombros, desde a rua grande até a catedral, as duas centenárias imagens do Senhor Morto e da Nossa Senhora das Dores, que ainda são guardadas carinhosamente – há dezenas de anos -, pela família Gouveia, na Rua Antônio Lopes.

Em frente à igreja, dezenas de meninos e meninas faziam fila para beijar os pés da imagem de Senhor, costume abandonado, mas a procissão fúnebre ainda acontece pelas ruas de pedra do município, realizada pela Diocese de Viana, sempre no final da tarde da Sexta-feira da Paixão, em honra da crucificação e da morte de Jesus.

Durante a Santa Missa, no início da tarde, chamava a atenção o lava-pés, onde o Bispo da época, o saudoso Dom Hélio Campos, seguia uma tradição católica, profundamente simbólica, remontando ao próprio Jesus Cristo e sua demonstração de humildade diante de seus discípulos. O ato era realizado em cidadãos conhecidos da comunidade, lavradores, negros, ou seja, uma prática com raízes históricas e culturais, que ainda nos dias de hoje traduzem valores de compromisso, amor e compaixão.

No retorno da procissão silenciosa, tínhamos a impressão de estar cumprindo um ritual de passagem de um ente querido. Reinava um misto de tristeza e paz, como se a missão estivesse cumprida, e éramos convidados a muitas reflexões sobre o nascimento, a vivência e a morte aqui na terra.

E, para a nossa alegria, chega o Sábado de Aleluia, Cristo ressuscitou! A vida é linda, segue em frente e é muito bom viver!

 

*Jornalista | Membro da AVL.

A SEXTA-FEIRA SANTA DA MINHA INFÂNCIA

Por Elinajara Pereira

O feriado da sexta-feira Santa era muito aguardado por nós. Minha mãe fazia bolos de trigo deliciosos, meu pai ia para a salina, lugar costeiro onde passava cerca de uma semana pescando peixes como tainha e urubarana, além de camarão.

Às vezes, a semana santa era sofrida. Com meu pai fora de casa e minha mãe com poucos recursos, tínhamos que passar a semana na fé de que “dia de pouco, véspera de muito”. Minha mãe sempre falava isso e a gente já se animava porque sabia que quando papai aparecesse ao longe na canoa, a fartura viria junto com ele.

Ao chegar, eu e meus irmãos corríamos para ajudar a trazer as coisas. Ao menos o remo eu carregava, toda feliz por estar ajudando. Havia cofos de camarão seco, camarão salpreso, peixes, às vezes caranguejo ou siri, alguns tipos de aves também, tudo em grande quantidade. Meu pai vendia e doava camarão a algumas pessoas que já ficavam à sua espera.

Minha mãe fazia o tão cobiçado bolo de trigo – tão adorado por nós – em grande quantidade, de vez em quando saía uma rodada de bolo com refrigerante. Era de lei que dois primos nossos fossem lá pra nossa casa, assim como dois afilhados de mamãe que são irmãos. A gente conversava bastante, mas não ligava som, até a TV era regrada, tínhamos respeito pelo dia. Quando alguém ousava levantar a voz, um outro já o lembrava da razão do feriado.

No almoço tínhamos um banquete farto e delicioso, feito com as mãos abençoadas de minha mãe, a quem eu tentava ajudar da forma como podia, seja batendo as claras dos ovos . O almoço era caprichado, com boas tortas de camarão preparadas com azeite de coco babaçu, ovos de galinha caipira e cheiro verde, não são como essas tortas que as pessoas enchem de vegetais e quase não se encontra o camarão. No cardápio havia ainda peixe frito, feijão, macarrão, arroz branco e farinha torradinha.

A gente almoçava, descansava e por volta de 14h vinha a saideira, a última rodada de bolo com refrigerante. Depois disso, íamos pra casa de nossos avós em Buritizeira. No final da tarde, a jornada do feriado estava completa. Era sempre um dia feliz, é impossível não lembrar com tanto carinho desses momentos.

Para me despedir desta crônica, vou citar um trecho de oração que minha mãe uma vez recitou, que aprendeu com o meu avô: “sexta santa sexta santa, três dias antes da Páscoa, quando Deus andou no mundo, por seus discípulos chamava, chamava de um a um, de dois em dois se ajuntavam…”

𝑶𝒔 𝒇𝒂𝒕𝒐𝒔 𝒏𝒂𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔 𝒔𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒏𝒐 𝒊𝒏𝒊́𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒐𝒔 𝟐𝟎𝟎𝟎, 𝒆𝒎 𝑷𝒐𝒏𝒕𝒂𝒍 – 𝑩𝒆𝒒𝒖𝒊𝒎𝒂𝒐.

EDUARDO DOMINICI DISTRIBUI CESTAS BÁSICAS E PEIXES A FAMILIAS CARENTES

 

O ex-prefeito Eduardo Dominici fez entrega de mais de uma tonelada de alimentos transformada em cestas básicas e 500 quilos de peixes às famílias carentes de São João Batista. A entrega se deu em sua residência, na localidade Cruzeiro, nesta quarta e quinta-feira santa.

Esta ação seguiu o desejo humanitário que tem o ex-prefeito Eduardo Dominici de ajudar aos mais carentes, principalmente na época da “Semana Santa”. Foi assim no seu governo, também na gestão do seu pai, João Dominici.

O ato de entrega dos alimentos contou com a presença de amigos e lideranças comunitárias que ressaltaram a importância do ato. O ex-prefeito em sua fala agradeceu a presença dos que ali estavam presentes e ressaltou que momentos assim devem ser seguidos por aqueles que fazem política no município. Aproveitou ainda para desejar que “o espírito da Páscoa esteja em cada família joanina”.

Lula confirma Pedro Lucas como novo ministro das Comunicações

O líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas (União Brasil-MA), foi confirmado pelo governo como novo ministro das Comunicações, nesta quinta-feira (10/4). O anúncio foi feito pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, depois de uma reunião com Lula (PT) no Palácio da Alvorada.

O nome do parlamentar já circulava como substituto de Juscelino Filho desde terça-feira, quando o então ministro pediu demissão. Nesta quinta, o deputado se reuniu com Lula na presença do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Além de manter o espaço ao União Brasil, o Presidente Lula continuou prestigiando o Nordeste, em especial o Maranhão.

Na quarta-feira, Lula já havia sinalizado que não mudaria nada no espaço do União Brasil no governo. “O União Brasil tem o direito de me indicar um sucessor para o Juscelino, que é do União Brasil. Eu já tenho um nome, conheço o Pedro Lucas. Amanhã de manhã vou conversar com o União Brasil e, se for o caso, a gente discute a nomeação dele”, disse o presidente a jornalistas em Honduras.

Deputados governistas ouvidos pelo Correio avaliam como positiva a escolha e também a relação com o União Brasil. Embora alguns deputados da sigla tenham reclamado da forma como se deu a saída de Juscelino Filho — Lula solicitou que o ministro pedisse demissão —, a avaliação é de que, vencida a etapa de formalização do sucessor, tudo volte ao normal.

*Fonte: Correio Braziliense

Felipe Camarão mostra força em nova pesquisa

 

O instituto Conceito divulgou, nesta quinta-feira, 3, sua segunda pesquisa de intenções de votos para governador do Maranhão. Os dados foram publicados pelo jornalista Diego Emir.

O levantamento, realizado entre os dias 15 e 18 de março em 47 municípios do estado, aponta o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), como líder na disputa, com 34,2% das intenções de voto no cenário estimulado.

Em segundo lugar aparece o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim (Novo), com 19,4%, seguido pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), que registra 13,2%. O ex-senador Roberto Rocha (Republicanos) tem 11,6%, enquanto Orleans Brandão (MDB), sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB), aparece com 8,4%.

A pesquisa também identificou que 5,4% dos entrevistados votariam nulo ou branco, e 7,9% ainda não souberam ou não quiseram responder.

Variação por regiões

O levantamento detalha as preferências eleitorais por regiões do estado. Eduardo Braide tem ampla vantagem na Grande São Luís, onde chega a 71,6% das intenções de voto. Já no Sul do estado, Lahésio Bonfim lidera com 39%, enquanto Roberto Rocha se destaca no Centro com 22%. Orleans Brandão tem seu melhor desempenho no Norte, com 11,8%.

Felipe Camarão, nome mais ligado ao atual governo, apresenta uma distribuição equilibrada em diversas regiões.

Espontânea

Na pesquisa espontânea, Eduardo Braide lidera com 18,1%, seguido por Lahésio Bonfim (10,3%) e Felipe Camarão (5,9%). Um dado relevante é o alto índice de eleitores que não souberam ou não quiseram responder (48,7%), indicando que a disputa ainda está indefinida e que muitos eleitores não têm um nome definido para o cargo.

Além disso, a pesquisa aponta fragmentação nas intenções de voto, com nomes como Orleans Brandão, Roberto Rocha e Roseana Sarney aparecendo com percentuais baixos, e algumas figuras que não manifestaram interesse na disputa, como Flávio Dino e Eliziane Gama, sendo mencionadas.

Outro ponto de destaque é a variação regional. Braide tem forte desempenho na Grande São Luís (46,7%), enquanto Lahésio Bonfim se sobressai no Sul do estado (29,3%).

Evolução dos números

Em comparação a última pesquisa feita pelo Instituto Conceito em dezembro, os números se mantiveram estáveis dentro da margem de erro. Braide oscilou 0,4% positivo; Lahesio 1,9% positivo; Camarão 1,3% negativo. Somente Roberto Rocha pontuou positivo acima da margem de erro com 3,7% de pontos positivos. Orleans Brandão não tinha sido inserido na pesquisa anterior.

Do Blog do Gilberto Léda

Governo do Maranhão e Ministério dos Transportes firmam parceria para recuperar a MA-014

A reconstrução da MA-014 é uma prioridade para o Governo do Maranhão. A estrada apresenta pontos de deterioração e enfrenta problemas de trafegabilidade, principalmente durante o período chuvoso.

Os governos estadual e federal formalizaram parceria para intensificar as obras de recuperação da MA-014, rodovia estadual que liga municípios da baixada maranhense. O governador do Estado do Maranhão, Carlos Brandão, esteve em Brasília (DF), nesta quarta-feira (26), para assinar ordem de serviço que autoriza o início das intervenções na estrada, em parceria com a União.

A MA-014 tem registrado grande fluxo de veículos desde que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) determinou a interdição da ponte na BR-316, entre as cidades de Santa Inês e Bom Jardim.

“Semana passada estivemos aqui [em Brasília] com o ministro Renan Filho, tratando sobre a MA-014, que foi atingida fortemente por conta da ponte que foi avariada entre os municípios de Bom Jardim e Santa Inês, houve um desvio de tráfego. Trabalhando, encontramos uma solução: uma parceria do governo federal com o governo do Estado”, explicou o governador Carlos Brandão.

O ministro dos Transportes em exercício, George Santoro, participou da solenidade de assinatura da obra – Santoro está substituindo o ministro Renan Filho, que participa de agenda institucional com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Tóquio, no Japão. De acordo com Santoro, as obras serão iniciadas imediatamente, e até o final de 2025 as intervenções devem ser concluídas na rodovia. O investimento da União previsto para a execução da obra é de R$ 50 milhões.

“A gente já começa amanhã. É um investimento de R$ 50 milhões para a recuperação da MA-014. Isso será em pouco tempo, até o final do ano estaremos com ela recuperada. Estamos fazendo isso por conta da queda das pontes e da interrupção, que gerou fluxo na região”, pontuou George Santoro.

A reconstrução da MA-014 é uma prioridade para o Governo do Maranhão. A estrada apresenta pontos de deterioração e enfrenta problemas de trafegabilidade, principalmente durante o período chuvoso. Ainda em 2024, o governador Carlos Brandão propôs a federalização da rodovia. “O Governo Federal, entendendo da necessidade, da responsabilidade dele em relação a essa situação, fez esse projeto, vai desenvolver a recuperação da MA-014 e em breve veremos as melhorias nessa rodovia”, detalhou o ministro dos Transportes em exercício.

Obras turbinadas

Antes da parceria com a União, a gestão estadual já contabilizou mais de R$ 40 milhões em investimentos para a recuperação da MA-014. Já foram realizadas obras de reconstrução em mais de 50 km da estrada, a partir do povoado Santeiro, em Viana, além da recuperação do restante da estrada até chegar ao povoado Três Marias.

O secretário de Estado da Infraestrutura (Sinfra) do Maranhão, Aparício Bandeira, participou da reunião em Brasília e comemorou a ação conjunta. “Há muito tempo o governador batalha por essa rodovia e hoje tivemos o prazer de assinar esse convênio e o governo federal, por meio do Dnit, que vai nos ajudar, vai entrar em conjunto com a Sinfra, na certeza de que essa rodovia que vai de Vitória do Mearim até Nunes Freire, cerca de 250 km, será turbinada”, ressaltou.

A cerimônia de assinatura do documento que autoriza a participação federal na recuperação da MA-014 contou com a presença do ministro dos Esportes, André Fufuca, de deputados federais e senadores da bancada maranhense, além de prefeitos de São Bento e Vitória do Mearim, e da presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema), Iracema Vale.

“Hoje viemos aqui junto com a bancada federal e a presidente da Assembleia, para que o governo federal assinasse uma ordem de serviço de manutenção, junto com o Governo do Estado. Essa parceria entre o Governo do Estado e o Governo Federal vai fazer com que a gente tenha uma melhor mobilidade na MA-014, atendendo toda a baixada”, concluiu Carlos Brandão.

 

Fonte: Governo do Estado

 

A BAIXADA MARANHENSE E O “COMPLEXO DE VIRA-LATAS”

Por Luiz Moraes

 

Nunca o famoso “complexo de vira-latas”, termo criado pelo dramaturgo Nelson Rodrigues para rotular o comportamento de inferioridade que ele observava no povo brasileiro em relação a outras nações, foi tão próximo e aplicado à Baixada Maranhense, região mais pobre do miserável estado maranhense.

Hoje, 12/03/2025, moradores interditaram a MA-014, principal via de acesso a uma região com 21 municípios e 559.619 mil habitantes  (IBGE 2022). A população e motoristas que usam a estrada, ou o que restou ela, exigem do governo do estado um projeto definitivo de reconstrução da rodovia, que está sem infraestrutura em vários trechos.

Parece que a população perdeu de vez a paciência! Será?

Este artigo faz alusão à canção “Deixa a vida me levar”, um dos maiores sucessos da carreira de Zeca Pagodinho e um dos maiores sambas da nossa história, composta pelo cantor e compositor Serginho do Meriti e seu parceiro Eri do Cais, e gravada em 2020.

Mesmo que os críticos consideram essa música uma celebração a vida, os seus versos mostram um sentimento de inferioridade, de conformismo em tudo que nos é imposto pelos governos.

Os baixadeiros se acostumaram há décadas a aceitar migalhas, embora admirem e valorizem as belezas naturais deste imenso pantanal maranhense.

Mas, aonde foram parar a nossa autoestima, a nossa dignidade, a nossa vontade de vencer, de crescer e melhorar a vida da nossa gente?

Será que basta levantar as mãos pro céu, agradecer e ser fiel ao destino que Deus nos deu?

A região já sofre muito a começar pelo acesso; muitas dificuldades com a saúde: hospitais sem especialidades, escolas precárias e ausência de ensino superior; crime organizado instalado com tráfico e assassinatos diários; ausência de políticas públicas para milhares de jovens egressos do ensino médio; sem fábricas e sem trabalho…

“Se a coisa não sai do jeito que eu quero

Também não me desespero

O negócio é deixar rolar

E aos trancos e barrancos, lá vou eu

E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu”

Até quando a Baixada Maranhense vai na onda do “Deixa  a Vida me Levar”?

Deputados Federais do Maranhão receberam R$ MEIO BILHÃO em emendas Pix

14 dos 18 deputados federais do maranhão receberam mais de R$ 470 Milhões em emendas pix no ano de 2024

Em 2024, 14 dos 18 deputados federais da bancada do Maranhão conseguiram a liberação junto ao Governo Federal de mais de R$ 470 milhões nas chamadas emendas pix para suas bases eleitorais. Somente para custeio na área de saúde foram destinados e liberados mais de R$ 200 milhões.

A chamadas emendas pix aparecem em três modalidades no site da Câmara dos Deputados: as transferências especiais, incremento temporário ao custeio dos serviços de atenção primária a saúde e incremento temporário ao custeio dos serviços de atenção primária hospitalar e ambulatorial.

Todas essas transferências estavam sendo feitas sem a necessidade de um projeto e com rastreabilidade baixa segundo definiu o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, quando suspendeu – ainda em dezembro – a liberação desse tipo de emenda.

Após negociações, o ministro liberou o pagamento das emendas e, para o Maranhão, dos 18 deputados, 14 enviaram mais de R$ 470 milhões em emendas pix. Somente Detinha (PL), Dr. Benjamin (União), Roseana Sarney (MDB)e Josimar de Maranhãozinho (PL) não têm em suas páginas na Câmara o detalhamento sobre as emendas pix.

Desse total de R$ 470 milhões, de transferências especiais foram liberadas pelo governo federal aos parlamentares maranhenses R$ 209,7 milhões. Para custeio da saúde, cerca de R$ 204,7 milhões.

Entre os deputados, o que teve maior valor liberado foi o Pastor Gil (PL) que somou cerca de R$ 37,3 milhões. Depois dele vem outro parlamentar do PL: Júnior Lourenço com R$ 37 milhões destinados e liberados para pagamento. Quem menos destinou foi o deputado Cléber Verde (MDB) com R$ 23,5 milhões.

Dos valores que foram indicados pelos 14 deputados federais, somente Duarte Júnior (PSB) não teve parte de sua emenda liberada. Ele destinou R$ 2 milhões para a estruturação da rede de serviços de atenção primária a saúde de São Luís. Os demais tiveram a liberação integral das emendas indicadas.

EM TEMPO: em 2024, o Congresso Nacional teve cerca de R$ 8,2 Bilhões para fazer indicação. Para 2025, esse valor deve ser 30% a menos;

E MAIS: além desse tipo de recurso, os deputados federais têm ainda as emendas de bancada e as suas emendas individuais que são impositivas;

PRA FECHAR: as emendas pix não são impositivas e dependem das articulações políticas dos parlamentares para garantir a liberação.

VEJA ABAIXO, QUANTO CADA DEPUTADO ENVIOU DE RECURSOS 

Aluísio Mendes (Republicanos) – R$ 36,8 milhões

Amanda Gentil (PP) – R$ 34,6 milhões

Allan Garcez (PP) – R$ 24,5 milhões

Cléber Verde (MDB) – R$ 23,5 milhões

Duarte Jr. (PSB) – R$ 35,1 milhões

Fábio Macedo (Pode) –R$ 32 milhões

Josivaldo JP (PSD) – R$ 36,6 milhões

Jr. Lourenço (PL) – R$  37 milhões

Marreca Filho (Patriota) – R$ 36,4 milhões

Márcio Honaiser (PDT) – R$ 31,6 milhões

Márcio Jerry (PCdoB) – R$ 32,9 milhões

Pastor Gil (PL) – R$ 37,3 milhões

Pedro Lucas Fernandes (União) – R$ 36,2 milhões

Rubens Júnior (PT)- R$ 35,6 milhões

Com informações do Site Observatório da Blogosfera.